“O palco como caixa de Pandora”

A peça Não Nem Nada, cujo subtítulo é “O palco como caixa de Pandora”, estreou em 2014 e foi dirigida e escrita por Vinicius Calderoni, participante do 5 a Seco e com uma carreira baseada tanto na música quanto no cinema e no teatro. O elenco da produção é composto pelos atores Geraldo Rodrigues, Mayara Constantino, Renata Gaspar e Victor Mendes. Tivemos a oportunidade de assisti-la no dia 7 de março e foi, no mínimo, incrível.

Por possuir apenas 4 atores, eles se transformam em uma série de personagens diferentes em cada uma das 12 cenas que compõe a peça. Talvez esse aspecto tenha sido um dos mais impressionantes da peça, já que haviam personagens que existiam por apenas 5 segundos e os atores faziam essa troca de personalidade, voz e postura com a maior facilidade.

As cenas trazem problematizações de temas cotidianos de forma indireta, metafórica e, em alguns casos, poética. São momentos que todos presenciamos e quando postos para pensar sobre eles, acabamos percebendo todos problemas e práticas da sociedade atual que deixamos passar no nosso dia-a-dia, por comodidade ou por distração. Isso se comprova na afirmação de Calderoni: “Comparo a dramaturgia da peça à visita a uma casa de espelhos onde você enxerga objetos reconhecíveis em proporções distorcidas, estranhas, provocativas. As cenas sempre tem um ponto de partida reconhecível, mas se desenvolvem numa direção de causar um estranhamento do mundo”.

O roteiro impecável combinado com a atuação comovente e de tirar o fôlego compõe uma peça crítica na medida certa, cujos trechos martelam nossa consciência até incontáveis semanas depois de ter assistido a peça.

“Um táxi. Um táxi vazio. Um táxi vazio que transporta o amor da minha vida. Um táxi logo depois de deixar o amor da minha vida em seu destino, voltando a ser apenas um táxi vazio. Um táxi vazio no meio da madrugada, quando eu sinto medo de estar só numa avenida desconhecida.”

(Foto: http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/28370-nao-nem-nada)

Informações:

Teatro – Teatro Cacilda Becker (Rua Tito, 295 – Lapa)

Classificação – Espetáculo não indicado para menores de 14 anos

Período em cartaz – até 29/03/15

Horários das sessões – Sextas e sábado às 21h; domingos, às 19h

Camila, quem?

No nosso último post, falamos um pouquinho sobre o tema do nosso blog e, nesse momento, mencionamos uma mulher, a Camila Lordelo, e eu achei que pudesse ser produtivo compartilhar um pouco desse nosso achado.

Ela, baiana que se fez paulista, fez faculdade de comunicação e publicidade e após trabalhar em grandes empresas, decidiu dar mais espaço à criatividade e à poética, tanto em sua vida como na de todos os paulistas. Esse seu projeto de espalhar versos nas paredes e postes de concreto tem um efeito para os passantes das ruas e para a metrópole em si e, além das motivações e do próprio trabalho de Camila, é isso que queremos mostrar em nosso documentário sobre o tema. Compartilha nossa paixão pela poesia e também é blogueira, como nós. Para que os interessados possam procurar e ler mais sobre ela, vou deixar o link de um de seus blogs. Não são textos informativos ou acadêmicos, na verdade, eles são bastante tocantes. Super recomendo a visita.

Um pouco do trabalho de Camila no @euliricas. https://instagram.com/p/xjXsEnO7Yv/.
Um pouco do trabalho de Camila no @euliricas. https://instagram.com/p/xjXsEnO7Yv/

http://sintosintosinto.blogspot.com.br/

Rafaela

O motivo disso tudo…

Sinceramente, até agora o mais difícil do trabalho foi escolher o tema do nosso documentário.

Isso é até engraçado, porque o fato de podermos escolher livremente qualquer coisa que nos interesse, ao invés de a Escola nos limitar a algo quadradinho e acadêmico, fez com que, de forma quase inconsciente, tentássemos escolher aquilo que pensamos ser “o que os professores querem ver”, ou seja, de forma confusa, exatamente o oposto do que propuseram!

Passamos pelas ideias mais diversas, como educação, a vida noturna em São Paulo, intervenções urbanas como o grafite, até que, depois de muitas tentativas falhas de obter algo criativo e original e muitas (muitas mesmo) ideias rejeitadas, não encontramos outro jeito que não fosse pedir ajuda para nossa professora, Teresa. A primeira coisa que ela nos disse foi: “o que vocês gostam?”, e, apesar da dificuldade de responder diretamente essa pergunta, achamos que foi ai que realmente nos tocamos do quanto esse projeto era nosso. Totalmente e somente nosso. Ela não iria nos dar um tema prontinho, tudo dependia somente de nós.

Refletindo sobre aquela questão, acabamos tendo uma ideia que seria, de fato, nossa! Desde o início, queríamos tratar sobre algo que tivesse um efeito humanizador na metrópole, ou seja, algo que a tirasse da condição de anônima e cinza. Um dia, passeando pela rua, uma de nós viu uma daquelas frases que alguém escreve em postes, muros, ou até no chão, e te colocam pra pensar na vida, nem que seja por apenas um minuto. Aquilo é humano, e aquilo torna os anônimos caminhando apressados pela cidade, também, humanos. O problema era: quem é esse alguém? Como faríamos um documentário sobre algo que não era assinado e não tinha nenhum autor óbvio para entrevistar? Desanimamos e quase desistimos mais uma vez do tema.

E é aí que entra uma mulher chamada Camila Lordelo. Essa paulistana tem um projeto incrível e trabalha escrevendo, imprimindo e espalhando versos tocantes por toda a cidade. Decidimos falar com ela e, para nossa incrível surpresa, ela aceitou participar do nosso projeto, topou a entrevista e tudo, e ficou super entusiasmada com nossa ideia! “Fico feliz e grata de ver mais gente abrindo espaço para a poética, para a sensibilidade, para a comoção na cidade grande. Há tanta beleza espalhada por aí! Quanto mais gente puder ajudar as pessoas a enxergarem, melhor.” Ler isso de alguém totalmente de fora do projeto e da escola é incrivelmente gratificante e o sentimento que isso nos trouxe foi indescritível. Estamos cada dia mais entusiasmadas e ansiosas com o projeto, se é que isso é possível.

PS.: Nos foi dito nos comentários que o tema em si não tinha ficado claro, então queríamos explicar que o tema central é a humanização de São Paulo, mas restringimos esse tema tão amplo a apenas uma pessoa, a Camila, para torná-lo mais pessoal.

Um projeto inusitado

A primeira vez que ouvi falar do Móbile na Metrópole foi quando entrei na escola, esse ano. Desde o primeiro dia de aula nossos professores falam no projeto, mas só na apresentação que eu entendi o porquê.

Me mudei do Rio esse ano, não conheço bem a cidade. E, diferente de alguns, nem penso que conheço. Mas estou muito ansiosa para ser realmente apresentada a nova cidade em que vivo, despida de preconceitos e achismos. Pronta para conhecer as verdadeiras cores do concreto!

Aimee

Primeiras impressões

Na primeira vez que eu soube do Móbile na Metrópole eu achei o projeto muito diferente de todos os outros Estudos do Meio que a gente fez com a escola e eu não via motivo para nos levarem para um lugar que já conhecíamos. No entanto, esse ano, quando os professores começaram a explicar tudo melhor, eu comecei a achar a ideia muito interessante, pois veremos São Paulo de um jeito totalmente novo!

Minha única preocupação é a quantidade de trabalho que teremos com o blog e o documentário, principalmente durante períodos de provas.

Mas em geral, eu estou muito animada com o projeto do Estudo do Meio!

Sofia

A realidade tal como ela é

O objetivo desse post é contar um pouquinho sobre o que nós sabemos sobre documentários, já que o produto final desse projeto será um.

Muitas vezes pensamos em documentários como algo chato, muito “quadradinho” e acadêmico, como muitos dos que já vimos em aulas. Entretanto, essa imagem é equivocada, já que existem vários tipos de documentários, feitos para passar uma ideia, porém de diferentes maneiras. Para transmiti-la, os autores colocam uma opinião, uma postura em relação ao tema tratado, que pode ser relacionado a qualquer coisa.

O documentário Verdade 12.528, que assistimos em aula, foi montado com uma alternância entre a razão e a emoção, isto é, nos informou e nos tocou de alguma maneira e, por mais que tenha havido um pré-roteiro, o produto final foi decorrente dos resultados encontrados pelos produtores, o que dependeu totalmente das diferentes pessoas que passaram pelo processo, e, por isso, não pôde ser completamente previsto, assim como qualquer documentário. No entanto, quanto mais pesquisa e mais conhecimento for adquirido sobre o tema, mais enriquecedor ele será e melhor será tanto a pauta elaborada quanto o produto final.

Acima de tudo, o documentário é essencial para nos fazer entrar em contato com novas informações de maneira muito pessoal, já que, muitas vezes, é contado a partir da perspectiva de algumas pessoas, trazendo algo que pode nos tocar e, talvez, também mudar nosso olhar sobre o tema.