Avaliação

Oii, gente!

Esse é nosso último post obrigatório (mas não o último do blog!) e nele faremos uma avaliação do projeto e algumas sugestões para os próximos anos em que ele ocorra.

Já dissemos muitas coisas boas sobre o projeto aqui, mas como nem tudo são flores, decidimos falar primeiro das sugestões e dos aspectos negativos do projeto.

Primeiro, os prazos foram muito corridos, principalmente para fazer o argumento, então nós achamos que isso poderia se estender um pouco. Não sabemos exatamente como, mas talvez falando sobre o argumento já no final do 1° bimestre, e não no 2°. Além disso, a carga horária do projeto como um todo foi bastante grande. Tudo bem que estivemos muito envolvidas e, talvez, isso tenha pesado mais pra gente do que para alguns dos outros grupos. Mas, mesmo assim, a proposta de trabalho desse ano foi muito mais difícil e complexa do que a do ano passado, que era muito mais acadêmico. Obviamente, foi muito mais legal trabalhar esse ano, mas acho que poderiam encontrar um meio termo para isso.

Outra sugestão é que a correção do blog e do documentário fossem um pouco mais detalhadas. No caso do blog, no 1° bimestre teve o vídeo de correção, mas, pelo menos no nosso caso, ele não ajudou muito para ajustar o que seria necessário. Assim, nós achamos que seria melhor que o feedback em vídeo fosse melhor utilizado e explorado.

Além disso, tivemos bastante dificuldade para editar o documentário, principalmente no começo. Assim, achamos que poderia ser de grande ajuda que fosse feita pelo menos uma oficina de edição para podermos fazer o documentário com maior qualidade e, de certa forma, economizando bastante tempo.

Por último, alguns dos posts obrigatórios nos pareceram um pouco repetitivos, ou seja, muitas vezes falamos de coisas muito semelhantes em vários deles. Desta forma, seria positivo repensar um pouco esse tipo de post e, talvez, fazer um ou dois um pouco mais extensos do que vários fragmentos.

É evidente que existem algumas falhas, como mostramos, até porque, ele é algo muito recente, mas, de maneira geral, o projeto foi muito muito muito bom.

Então agora sobre os aspectos positivos: é um projeto incrível. Acho que já deixamos claro o quanto pensamos que ele é transformador e necessário para nós, que vivemos em uma bolha que, em alguns anos, se tornará impenetrável. O nosso crescimento o projeto foi imensurável e a carga emocional que nós colocamos nele foi muito grande. E poder escolher o nosso próprio tema, no nosso caso, garantiu, ainda mais, o envolvimento com todo o processo e fez com que nós nos apaixonássemos (ainda mais) pela poesia e pelas intervenções de maneira geral. 

Apesar de haver, na nossa opinião, muito mais aspectos positivos do que negativos, achamos que o blog inteiro traduz muito claramente e, talvez, até de forma mais natural, todos os pontos positivos do projeto por si só, sem que nós tenhamos que repetir tudo aqui (até porque, seria quase impossível dizer tudo de novo).

Como esse é o último post obrigatório, queríamos agradecer muito a todos que se envolveram nesse projeto e nos deram a oportunidade de viver essa experiência tão rica!

Beijos,

Analu, Rafa e Sofi

“A felicidade é deprimente”

“É possível que a depressão seja o mal da nossa época.

Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os românticos (sobretudo os artistas) achavam que ser langoroso e triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser fascinante e profundo.

Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: ‘O que sinto é um imenso desânimo, uma sensação de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade de encontrar uma diversão qualquer’.

Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos não teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório e desinteressante.

Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.

Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez achado um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio poderia curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é fácil de ser confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o sentimento de inadequação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.

De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão nos privaria). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de sermos felizes.

Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão e a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do valor excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma espécie de decepção.

Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em ‘Emotion’ uma pesquisa com o título: ‘Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?’ (migre.me/rWgNC). Eles recorreram a uma medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o óbvio: sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que perseguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.

Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura o câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual –em suma, todas as trivialidades nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.

Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade.

Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser contraprodutiva.

Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no “Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da felicidade constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão (migre.me/rWhcK).

A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sérias em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à felicidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo regularmente contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.

Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em ‘Emotion’ (migre.me/rWhp4), mostra que a valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função crítica na nossa saúde mental.

Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem outra coisa do que sua própria felicidade.” (texto de Contardo Calligaris disponível aqui)

Eu, Analu, encontrei esse texto e, depois de um pequeno período de choque, a minha primeira reação foi enviar o link para a Rafa. Ela sabe das minhas neuras com esse negócio de ser feliz (como dá pra ver nos posts daqui) e compartilha bastante delas, então teve uma reação muito parecida com a minha. De cara nós sabíamos que faríamos um post sobre o assunto.

Como o texto é super completinho, não vamos ser super detalhadas e se estender muito, porque ficaria super repetitivo, mas enfim…

A gente tenta muito ser feliz. O objetivo de vida de muita gente é esse, e o constante esforço para tentar alcançar essa felicidade plena (se é que isso é possível) vai fazendo com que a gente entenda que nem tudo são flores. Talvez essa decepção toda faça com que a gente entenda que não dá para ser 100% feliz e que, mesmo que a gente resista, a tristeza é um mal necessário.

Eu, Rafa, queria deixar um pequeno depoimento aqui também. Eu sofro de depressão, tipo genética mesmo. Minha mãe tem, meu avô tinha e por aí vai… É daquelas mais fraquinhas, nada preocupante, mas, mesmo assim, minha reação quando a Ana me mostrou o texto foi de total identificação. Uma das principais características da depressão, pelo menos da minha, é simplesmente ficar triste por nada e eu tenho muito esses mood swings, muito constantemente. Eu percebo como é difícil para as pessoas que estão a minha volta entenderem isso. Me jogam contra a parede, me questionam e até inventam motivos, mas não aceitam por nada nesse mundo que eu esteja triste porque sim. Só isso. É uma obrigação constante de colocar um sorriso na cara e “ser feliz”, por mais falso que isso seja. A tristeza alheia  incomoda as pessoas, talvez por simplesmente fazer a máscara que elas usam mais salientes e óbvias. Tem coisas que as pessoas não querem ver. Ponto final. E ai de você se for interferir nisso!

Não tem nada melhor para ilustrar isso do que aquele filme “Divertida Mente”, se você prefere nomes em inglês, “Inside Out” (sim, vou citar uma animação), que, por sinal, é muito bom, se você não assistiu, nós super recomendamos (mas somos meio suspeitas porque somos apaixonadas por animações). Enfim, quem assistiu ao filme vai entender claramente do que eu estou falando. Para quem não assistiu, resumindo absurdamente: é só quando a Alegria e a Tristeza se ajudam que elas conseguem resolver o conflito do filme (fui bem abrangente para não dar spoilers, de verdade, assiste).

O fato é, muitas vezes existe uma pressão gigante para que as pessoas sejam felizes o tempo inteiro, mas o que a gente não entende é que estar triste de vez em quando também é importante. Não necessariamente tem um motivo sempre, mas tem dias que tudo o que você quer é comer chocolate e chorar e não deveria ter problema algum em fazer isso. Só que muitas vezes nos sentimos tristes de estarmos tristes, porque tudo o que queríamos era sermos absurdamente felizes.

Talvez seja necessário viver para ser feliz, e não ser feliz para viver.

Beijos,

Analu e Rafa

Sobre as pessoas incríveis que o documentário nos trouxe

Oii, gente!

Então, só para dar uma contextualizada antes de começarmos a nos empolgar demais: esses dias nossos professores nos disseram que o nosso documentário tinha sido um dos escolhidos para passar na Mostra de Arte da escola. Obviamente nós ficamos super animadas! Quando saímos da escola, a primeira coisa que fizemos foi mandar uma mensagem para cada um dos entrevistados convidando-os para assistir ao documentário conosco, até porque, como os professores disseram que nós não podíamos divulgá-lo ainda, há vários meses não dávamos notícias sobre o andamento da situação.

Depois de contar todos os detalhes sobre o que aconteceria, a primeira a ver a mensagem foi a Gabi (se você não sabe quem é essa, dá uma olhada aqui). Ela respondeu no mesmo segundo tão empolgada quanto nós e foi um momento tão tão tão feliz!

Por N motivos aquele dia não tinha sido exatamente o melhor dia de todos, mas, de repente, tudo ficou um pouquinho mais agradável!

A segunda a responder foi a Ryane (post sobre ela aqui). Ela, infelizmente, não vai poder estar lá com a gente, porque ela vai estar dando aula bem nesse horário. A Camila (post sobre ela aqui) foi a terceira e também não poderá aparecer lá no dia, porque ela vai estar em uma exposição dos seus lindos produtos (dá uma conferida no Facebook ou no Instagram dela). Ficamos tristes com isso, já que estávamos ansiosas para vê-las novamente e mais ansiosas ainda para ver a reação delas ao nosso documentário.

Mas, mesmo assim, as mensagens que elas nos mandaram foram tão positivas quanto as da Gabi. Ficaram incrivelmente animadas quando souberam que nosso projeto tinha sido selecionado e fizeram questão de mandar parabéns e mostrar a vontade delas de ver o documentário junto com a gente. Estamos até pensando em fazer uma sessão pipoca em algum lugar para concretizar isso. Vai ser um momento lindo, tanto para nós quanto para elas. Não conseguimos pensar em um fechamento melhor para esse projeto do que esse.

O ponto é: ver essa empolgação toda vinda dela fez com que nós nos lembrássemos do quão incrível foi conhecer as pessoas que a gente conheceu e fazer tudo o que nós fizemos. Deu para lembrar a sensação boa que era obter uma resposta de um dos entrevistados pela primeira vez, sempre elogiando e achando incrível que pessoas de 16 anos já estivessem fazendo documentários e tratando de temas como as intervenções.

Acho que deu pra ver de novo o que tinha feito com que nós ficássemos tão felizes com todo esse projeto! E, mais do que isso, deu pra enxergar que tudo valeu a pena. Os longos dias editando, fazendo posts, pesquisando, tendo ideias… tudo!

É um sentimento de gratidão enorme e que só aumenta graças a essas pessoas incríveis que fizeram isso tudo possível.

Swarm the World

Oii, gente!

Depois de falar aqui sobre algumas intervenções um pouco diferentes, como o Yarn Bombing, eu pesquisei um pouquinho e encontrei uma outra muito legal.

Tasha Lewis, uma norte-americana, idealizou um projeto internacional de intervenção urbana chamado “Swarm the World”. Este consistiu em decorar países ao redor do mundo com borboletas azuis (que são super fofas).

No ano passado, Lewis buscou colaboradores para que mantivessem 400 borboletas em suas cidades e, depois de algumas semanas, enviassem-nas para o próximo participante. A ideia era até que simples, foram feitas 4000 borboletas magnéticas e estas foram divididas em 10 grupos de 400. No final, 100 pessoas, grupos e organizações participaram e conseguiram espalhar beleza em lugares públicos.

Tudo surgiu quando ela colocou 100 borboletas em uma moldura de maneira caótica. Sua intenção era subverter o formato tradicional que era proposto nos museus, mas não conseguiu mudar o fato de que as borboletas continuavam atrás do vidro.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Quando se formou, em julho de 2012, ela teve a ideia de “libertar” as borboletas colocando um ímã em cada. Depois de terminar, começou a colocá-las por sua cidade, Indianápolis.

“My aim was for the butterflies to alite and therefore transform various metal objects and surfaces in the urban public sphere. In so doing they bring a kind of natural beauty, albeit an ephemeral one, into mundane and overlooked city spaces.”

Depois de viajar algumas vezes levando consigo as borboletas, Lewis percebeu que o projeto poderia ser ampliado com viagens, mas, como não poderia estar sempre viajando o mundo, mandar para grupos de outros lugares foi uma solução muito boa.

Se vocês quiserem ver mais fotos, é só pesquisar no Instagram a hashtag “swarmtheworld” que vão aparecer várias fotos incríveis!

Espero que vocês tenham se interessado tanto quanto eu! Vou deixar aqui o link do site da Tasha Lewis que tem ainda mais informações.

Beijos,

Analu